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Movimento Legendários evidencia que homens nunca saem da ‘Adolescência’ 2w5q4a

Foto: Divulgação/Legendários Brasil

Uma criança olha para a câmera e uma mãe ansiosa cuida dos seus filhos enquanto espera o marido voltar para casa. Um choro, um abraço apertado e a certeza de que o seu companheiro se tornou um novo homem. Esse é o cenário do vídeo que a influenciadora Viih Tube postou no seu Instagram e que suscitou a polêmica da vez, os Legendários. 

O grupo que mistura pregação religiosa e coaching promete transformar os homens em verdadeiros “governantes” da casa e cobram um preço exorbitante por esse encontro transformador. Esse movimento evidencia o quanto a ideia de masculinidade está atrapalhada nos dias atuais e como homens, em busca de tornarem-se mais viris, transformam tudo em performance.

A ideia, então, é evocar um ideal de homem supostamente estabelecido pela religião. Ele é forte, resistente, capaz de aguentar o peso de uma família inteira em seus braços e se reconecta com Deus e com a sua virilidade em cima de uma montanha. A metáfora aqui é clara, quanto mais alto, mais perto de Deus alguém está. Mas até isso é deturpado, e a subida para se aproximar do céu se torna uma trilha em que os homens fazem exercícios físicos enquanto ouvem pregações. 

É curioso pensar que, no mesmo momento, o movimento Legendários e a série “Adolescência” ocupam lugares de destaque nos principais portais de notícia e entretenimento. O personagem que protagoniza a série é um menino no início da adolescência que é suspeito de ass uma colega de classe. Pequeno, fraco e “esquisito” aos olhos dos outros alunos, ele teria a matado depois que ela o humilhou após uma tentativa de flerte. 

Para mim, a masculinidade performática que leva homens a pagarem 80 mil reais para se tornarem o “verdadeiro chefe da família”, é uma diferente expressão do mesmo ressentimento sublimado pelo menino da série. O ideal de homem que o menino persegue e o faz ser excluído, é o mesmo pelo qual homens se submetem ao Legendários. No final, essa ideia performática sempre leva a algum tipo de violência física ou emocional.

Artigo produzido na disciplina de Narrativa Jornalística no 1º semestre de 2025. Supervisão professora Glaíse Bohrer Palma.

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Foto: Divulgação/Legendários Brasil

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O grupo que mistura pregação religiosa e coaching promete transformar os homens em verdadeiros “governantes” da casa e cobram um preço exorbitante por esse encontro transformador. Esse movimento evidencia o quanto a ideia de masculinidade está atrapalhada nos dias atuais e como homens, em busca de tornarem-se mais viris, transformam tudo em performance.

A ideia, então, é evocar um ideal de homem supostamente estabelecido pela religião. Ele é forte, resistente, capaz de aguentar o peso de uma família inteira em seus braços e se reconecta com Deus e com a sua virilidade em cima de uma montanha. A metáfora aqui é clara, quanto mais alto, mais perto de Deus alguém está. Mas até isso é deturpado, e a subida para se aproximar do céu se torna uma trilha em que os homens fazem exercícios físicos enquanto ouvem pregações. 

É curioso pensar que, no mesmo momento, o movimento Legendários e a série “Adolescência” ocupam lugares de destaque nos principais portais de notícia e entretenimento. O personagem que protagoniza a série é um menino no início da adolescência que é suspeito de ass uma colega de classe. Pequeno, fraco e “esquisito” aos olhos dos outros alunos, ele teria a matado depois que ela o humilhou após uma tentativa de flerte. 

Para mim, a masculinidade performática que leva homens a pagarem 80 mil reais para se tornarem o “verdadeiro chefe da família”, é uma diferente expressão do mesmo ressentimento sublimado pelo menino da série. O ideal de homem que o menino persegue e o faz ser excluído, é o mesmo pelo qual homens se submetem ao Legendários. No final, essa ideia performática sempre leva a algum tipo de violência física ou emocional.

Artigo produzido na disciplina de Narrativa Jornalística no 1º semestre de 2025. Supervisão professora Glaíse Bohrer Palma.